sábado, 8 de dezembro de 2012

Vida Nova, nova vida

Quando eu nasci, em 1959, o mundo já estava assentado em bases novas - pós guerra.
Minha infância, eu não me lembro
deve ter sido regada a rock e boleros.
Minha memória só reteve Luiz Gonzaga em inúmeros forrós e Vilma que meu pai insistentemente não parava de ouvir.
Tudo deve ter corrido bem até a idade adulta pois na memória Ram ficaram somente alguns poucos fragmentos de existência e o único fato realmente alarmante é que quando meu filho mais velho nasceu ocorreu um acidente nuclear.


Aos quarenta anos a bipolaridade me visitou
e ainda não foi embora, graças a Deus pois 
quando eu era uma eu era muitas e buscava o Um e não encontrava nada.

O tédio passou, a angústia passou, o colorido chegou.
E esse texto pretende ser uma elegia às cores: todas tão intensas,
vibrantes, individuais na própria individualidade.
E quando o escuro chega e 
ele chega às vezes 
ele não tem 50 tons de negro, nem de cinza, nem de grafite. Ele chega negro, intenso, profundo.
Mais ai 
é só redosar o remédio e tudo volta ao normal.
Essa é a minha nova vida.