segunda-feira, 27 de setembro de 2010

RELIGIÃO VIVA

O Cristianismo e todas as religiões que dele derivaram nasceram de um Cristo morto, preso na Cruz. O Cristianismo, tal como o conhecemos hoje, não é o Cristo.
O Budismo e todas as religiões e filosofias que dele derivaram, nasceram de um Budha sentado em posição de lótus, eternamente iluminado. O Budismo, tal como o conhecemos hoje, não é o Budha.
Cristo e Budha foram homens, cada um em sua época. Viveram no meio dos homens, tiveram todas as alegrias e tristezas que os homens tem.

Mas foram homens diferentes. Eles tiveram a Coragem da Fé.

Foram os homens, a memória dos homens e o Tempo que os transformaram em deuses e que transformaram suas vidas, suas palavras em doutrina. Nem Cristo fundou o Cristianismo nem Budha fundou o Budismo. Foram os monges, sacerdotes e eruditos que instituíram as filosofias e religiões baseadas na vida destes dois homens. E como tal, como instituições, estas religiões e filosofias estão repletas de excessos e burocracias, tão comum aos homens.

Correndo o Tempo para trás chegaremos ao homem que ambos foram, iguais a tantos outros de sua época.
O que os fez diferentes foi a coragem de ser diferente, a Coragem da Fé.
O que os fez diferentes foi a coragem de abandonar a religião morta, feita só de palavras e leis e tornarem-se religiosos. A história que o comum dos homens conhece não registra pessoas tão religiosas quanto Cristo e Budha.
Eles ouviram o chamado e o aceitaram. O Divino está sempre chamando os homens mas eles não escutam ou confundem a mensagem. Mas para estes homens o chamado foi uma ordem e eles nunca mais foram os mesmos por causa dele.

Durante muito tempo o Divino estava chamando o príncipe Sidarta. Um dia ele conheceu o sofrimento alheio. Ele, um príncipe muito rico, herdeiro de todo um império, ficou frente a frente com a miséria, a doença, a sujeira e a degradação humanas; viu a morte e a dor da morte. O Amor, de mãos dadas com a Miséria, tocaram o coração do príncipe e ele deixou seu palácio, seus familiares e todo o conforto e saiu pelo mundo em busca da Verdade sobre o sofrimento humano. Ele vagou por muitos cantos da Índia. Conheceu a vida de total Renúncia, conheceu a Fome, a Dor Física, a Solidão, o Silêncio, o Estudo. Um dia, vivendo a vida austera dos sadhus, ele olhou para o rio. Lá estava um pai ensinando o filho a manejar um barco. O príncipe escutou as instruções do Pai: "se esticar demais ela quebra, se afrouxar demais ela escapa." Ele foi até o rio bebeu água, aceitou um pouco de comida que lhe ofereceram, despediu-se de seus Mestres. Sentou-se sob a árvore Bodhy e entregou-se à meditação. Ele havia encontrado a Verdade. Conta a lenda que Maya colocou diante dele todas as tentações e ilusões com as quais os homens são confrontados. Ele venceu todas, até a Morte. Deste dia em diante o príncipe não era mais Sidarta. Era Budha, o que acordou. Até o dia de unir-se novamente ao Divino Budha ensinou a sua Verdade. E todos os que com ele estiveram, aprenderam. Mas então, passado algum tempo, formaram-se monges, sacerdotes e a burocracia, tão humana, concebeu o Budismo. A doutrina contém os ensinamentos do Budha, mas não tem o homem. Budha nunca foi budista. Budha foi um homem com a Verdade no coração. E foi missionário. Pois a Verdade nele ensinava, curava, iluminava.

De Cristo pouco se sabe de sua vida de homem. Sabe-se de seu nascimento na manjedoura, em Belém; sabe-se que sua família fugiu da perseguição de Herodes. Todo o Cristianismo é baseado na vida de pregação de Jesus Cristo, após os 30 anos. Os vaishnavos, na Índia, acreditam que o homem que veio a chamar-se Cristo andou em peregrinação pela Índia durante toda a adolescência e início da vida adulta e acreditam também que Cristo foi uma das encarnações de Vishnu, assim como Budha. Eu gosto de acreditar nisso. Que Cristo andou pela Índia, impregnou-se de toda aquela cultura e sabedoria e iluminou-se no Oriente. A maneira como ele falava, com metáforas, parábolas e estórias da vida do homem comum, está muito mais próxima do Oriente do que do Ocidente. Gosto de pensar que o deserto foi para o Cristo o mesmo que a árvore Bodhy foi para Budha. O certo é que quando retornou aquele homem não era mais o homem que havia sido. Ele era Jesus Cristo, o Filho do Homem. E trazia a Verdade no coração. Jesus Cristo nunca foi cristão. Jesus Cristo foi um homem com a Verdade no coração. E foi missionário pois a Verdade nele ensinava, curava, iluminava.

Não sabemos qual a Verdade de Budha.
Não sabemos qual a Verdade de Cristo.
Passados alguns milênios ainda podemos sentir que os ensinamentos deste homens estão transbordando de Verdade e Amor. E do Estudo da vida de cada um deles e da Prática de seus ensinamentos podemos encontrar a Verdade, a nossa Verdade e podemos então deixar a religião e nos tornarmos verdadeiramente religiosos.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Consciência

Se você dá a vida por um objetivo,
qual o valor da vida?
É ela algo que se pode perder quando se quer?
Se eu mato um pernilongo
minha vida é mais cara do que a dele;
se o deixo viver, comprometo outras vidas.
Se mato, sou egoísta.
Se não mato, sou agente à revelia

Procuro a questão e não encontro a solução.
Pirâmide alimentar,
Evolução das espécies,
Lei do karma, ...

Faço meu código.
Procuro respeitar o código alheio.
E a Lei Maior, científica e/ou espiritual
faz o resto.