Quando vivemos com outras pessoas nós não misturamos só os nossos pertences externos,
nós nos misturamos,
misturamos nossa moral, nossos pensamentos, nossa ética, nossas emoções.
Internamente deixa de existir o teu, o eu
e passa a existir um híbrido de nosso
mas um nosso que não é união,
um nosso que é feito de eu + você = eu.
E há então todo o inferno e tragicomédia dos relacionamentos intensos.
A distância é um ótimo lenitivo.
Não a distância cínica dos insensíveis.
Não a distância vingativa dos inseguros.
Mas a distância amorosa dos seres que amam e respeitam.
Amam e respeitam o outro assim como ele é e permitem, amorosamente, que o outro viva a sua própria vida.